It - a perda da infância e daquele medo clássico de filmes de terror

Em setembro de 2017, após 2 longas semanas de férias, (maravilhosas por sinal), havia retornado a casa onde estava cumprindo meu intercâmbio na Califórnia...
Depois de quase 1 ano, num país desconhecido, em que não falava a língua, não conhecia as pessoas com quem estava dividindo a minha vida, numa posição estranha, (não era da familia, mas fazia parte da rotina, sabia segredos, os conhecia melhor do que ninguém...).
O que seria uma experiência positiva, estava tornando-se extremamente estressante.

As 2 semanas de férias, vieram em boa hora, (pelo menos pra mim), precisava explorar e sair da zona de conforto que me encontrava, (coisa que aparentemente nunca me livro).
Estava tão aventureira, que, quando retornei, sem muito ânimo para voltar a rotina, saí para pegar uma sessão de cinema, (até aí nada muito fora do comum).
O filme em questão: It - A Coisa (2017, dir. Andy Muschietti).

Algum background sobre meu histórico com filmes de terror: não havia.
Sempre fui medrosa, escondia os olhos com as mãos e nem dava aquela espiada esperta por pura adrenalina.
As vezes fingia já ter assistido a algo, para parecer legal...

Não sei o que me acometeu. 
Talvez seja todo o hype.
Talvez fosse o fato de ser baseado em um livro de mais de 1000 páginas.

Comprei o ingresso.
Entrei na sessão.
Ninguém.
Um grupo de 3 pessoas e mais 1 casal.
E eu.
Sentados a uma distância considerável.

Eram 3 da tarde de uma sexta-feira.

Meu primeiro filme de terror no cinema.

A questão aqui, não é totalmente sobre o filme, (que eu recomendo a todos), mas sobre a experiência transformadora que me fez começar a amar filmes de terror.
Acho que naquele momento, pós aventuras, ainda apegada a adrenalina... Aquela experiência me fez perceber que eu posso fazer qualquer coisa sozinha.
Até mesmo, assistir a algo tão aterrorizante.

Saí completamente apavorada, mas também apaixonada por aquele grupo de crianças, pela ligação que eles tinham, pela estética, pela ideia.
Cheguei a conclusão de que, o que amava de verdade era a história. Não a adrenalina, não o susto, mas como a história era contada e como o medo era utilizado a favor dela.

Quando explico a alguém meu amor por It, a primeira reação é negar filmes de terror no geral.
Sou rápida em explicar que na verdade o que gosto é a história, tão complexa, e, que o susto é consequência de uma história bem contada e daquela conexão que você sente com os personagens.

Essa a minha primeira incursão sobre It, ainda quero escrever posts especificamente para o livro e para os filmes em si.

Espero que quem quer que encontre esse post algum dia, encontre-se aqui.

Feminist Traveler.

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